Subpastejo e superpastejo: você sabe o que é?
Já não é mais novidade para ninguém que o sucesso da recuperação das forrageiras após o período do pastejo deve-se tanto às reservas quanto à área foliar remanescente. Com isso, pode-se perceber que em situações específicas, ambos elementos possuem igual importância para as forrageiras, não sendo, portanto, mecanismos que competem entre si como muito se pensava antigamente.

Quando o despojamento das folhas da forragem se dá em função de um pastejo agressivo, com maior intervalo de pastejos e altura para entrada dos animais no sistema de lotação rotativa, as reservas assumem maior destaque em relação à garantia de formação de novas plantas. Porém, para que isso ocorra, é essencial que haja o mínimo de folhas para reiniciar a brotação da planta forrageira.

O problema ocorre quando, depois do pastejo, a planta tenha necessidade de uma reserva muito maior, sobretudo quando o resíduo foliar está muito abaixo do recomendado — mesmo que seja natural a forrageira ficar desfolhada após o pastejo. Portanto, se quer entender mais sobre o assunto, basta continuar a leitura!

O que é subpastejo e superpastejo?

Em um pastejo frequente e de baixo resíduo, a forrageira tende a ficar completamente esgotada, com raízes mais fracas, talos curtos e finos. Além disso, é normal também que as folhas fiquem menores e com menor volume. Tal processo caracteriza o subpastejo, cuja pastagem pode coincidir com a queda da disponibilidade de forragem.

Consequentemente, abre-se espaço para o surgimento de outras espécies de plantas invasoras, por exemplo. Em contrapartida, o superpastejo é um fenômeno que ocorre quando a taxa de lotação de animais está acima do que a pastagem suporta. Esse tipo de superpastejo é mais comum em áreas próximas a bebedouros, cochos de sal e sombras de árvores, já que são locais onde os animais tendem a se concentrar mais.

Pensando na promoção de uma brotação adequada após cada pastejo, é indispensável que se forneça às plantas reservas de nutrientes e resíduos pós-pastejo. Este, por sua vez, pode ser garantido através do controle da quantidade de forragem consumida, além da limitação dos animais no pasto. Para tanto, é fundamental atentar-se com rigor para a taxa de lotação, em função da forragem livre.

Como ocorre a degradação do pasto?

Diferentemente do que alguns produtores imaginam, a degradação da pastagem está para além do excesso de pastejo em determinada área. Isso ocorre, principalmente, porque os resquícios da forragem decorrentes do subpastejo também se torna um problema importante. Ou seja, mesmo o pasto que não é pastejado corretamente pode oferecer riscos.

Sendo assim, após atingida determinada altura da forragem, que é variável de acordo com as condições ambientais e espécies utilizadas, o crescimento pode ser reduzido e até mesmo se tornar negativo. Isso acontece quando as perdas de forragem superam a sua capacidade de rebrotar, por exemplo.

Outro ponto negativo é que, após atingir a altura máxima, as folhas e os talos podem entrar em um processo chamado de senescência, que não consiste em uma doença propriamente dita, mas pode levar a morte das plantas, perda de qualidade dos seus nutrientes, entre outras condições que podem impactar diretamente sobre sua vida útil.

Como fazer o manejo adequado da pastagem?

O tamanho dos pastos é um referencial de extrema relevância, embora nem sempre levados em consideração. No geral, isso ocorre porque pastos muito grandes podem influenciar o pastejo inadequado do gado, resultando em uma forragem irregular e desuniforme.

Para evitar esse tipo de ocorrência, é indispensável que se divida bem os pastos, de modo com que os cochos e bebedouros estejam posicionados mais próximos uns dos outros. Via de regra, quando essa regra é desrespeitada, pode ocorrer o que chamamos de subpastejo e superpastejo e, como já vimos, ambos os casos são maléficos para o pasto.

Por um lado, o subpastejo provoca o desperdício de forragem, causando uma desuniformidade nas forrageiras, queda ou arqueamento das plantas (acamemento). Já no superpastejo, os animais consomem um limite superior ao desejado sobre as plantas, gerando resíduos muito baixos da planta e levando a uma deficiência no processo de rebrota da forrageira.

Nesse contexto, uma solução para pecuária de curto prazo, pensando na redução do tempo de abate, a suplementação torna-se uma estratégia viável para animais em pastejo. Isso porque ela pode potencializar o desempenho, cuja finalidade é garantir ganhos maiores de peso, melhora da absorção dos nutrientes das plantas e da digestibilidade da dieta.

Portanto, além do manejo adequado das pastagens, é importante também adotar ações de suplementação, a fim de garantir uma alimentação adequada, que muitas vezes se torna deficiente no pastejo convencional. Consequentemente, pode-se garantir o melhor aproveitamento das áreas e melhor produtividade.

E então, leitor. O que achou deste texto? Agora que sabe mais sobre o que é e quais são os problemas decorrentes do subpastejo e superpastejo, não deixe de compartilhar conosco o seu comentário, em caso de dúvidas sobre este tema!
 

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